
Isso fica evidente logo no começo. O estilo de narrativa, com sequências desenhadas a mão e a narração de Sly por cima é o mesmo que os fãs estão acostumados. Thieves in Time começa com Sly narrando brevemente sua última aventura, que termina com ele fingindo amnésia para poder desenvolver um relacionamento com a policial Carmelita Fox. Entretanto, o livro de família de Sly, o Thievius Raccoonus, começa a misteriosamente ter suas páginas alteradas, o que faz com que Bentley inicie uma pesquisa que o leva a construir uma máquina de viagem temporal.
Do lado de Sly, o pobre guaxinim não consegue mais resistir à tentação de roubar itens valiosos de outros criminosos, e a informação de que seu livro está sumindo pouco a pouco é a motivação que faltava para Sly, Bentley e Murray se reunirem novamente e retomarem suas atividades. A história de Thieves in Time envolve viagens temporais, e todos sabemos que esse tema é mais que propício para criar furos no enredo e contradições. Thieves in Time não é desprovido destes, mas a história é agradável e bem contada. Muito disso fica por conta dos personagens excepcionais do jogo. O script impecável é leve e divertido, dando vida aos personagens de forma que poucos outros jogos conseguem. Thieves in Time não mede esforços em cativar o jogador, e o faz com maestria.
Em seu cerne, Thieves in Time é bem fiel aos seus antecessores. O jogo é uma mistura de plataforma com stealth, privilegiando mais quem caminha furtivamente pelos tetos ao invés de destruir todos em seu caminho. Cada episódio do jogo conta com um hub, de onde são acessadas as missões que preparam o terreno para culminar nas batalhas contra os chefes. De forma geral, você controlará Sly, Bentley e Murray a maior parte do tempo no deccorer do jogo. O trio se comporta de forma semelhante aos jogos anteriores, então fãs estarão em casa. Sly é ágil e consegue escalar com facilidade, Bentley se usa de sua tecnologia para se infiltrar nas bases inimigas e hackear computadores, enquanto Murray compensa sua falta de agilidade com pura força bruta.

Um ponto de Thieves in Time que é impossível não destacar é sua qualidade gráfica. No PS3, o jogo é belíssimo, com um visual cartunesco bastante único - Se Ratchet & Clank se assemelha a um filme da Pixar, Thieves in Time é mais próximo de um desenho dos Looney Tunes. A animação é ótima, a modelagem dos personagens é excelente e o design geral do jogo é de babar. De fato, à excessão de algumas esparsas sessões com slowdowns, Thieves in Time é graficamente impecável... no PS3.
No Vita, porém, os gráficos não são tão belos. Alguns efeitos estão ausentes e as texturas possuem pior qualidade, além do framerate ser mais errático. No portátil, o jogo se assemelha mais à coletânea HD que sua contra-parte do PS3, e embora isso não afete muito o gameplay em si - as áreas, inimigos, itens, missões e tudo mais estão integralmente ali -, é um pouco decepcionante de se jogar após o espetáculo visual do PS3.

O áudio do jogo se mantém com algumas peculiaridades da série. Efeitos sonoros como os passos de Sly enquanto ele se esgueira (feitos em sons de notas de baixo) e o característico som das moedas são marcas da série e se mantiveram em Thieves in Time. As músicas, embora não tão memoráveis, cumprem seu papel. A dublagem conta com o retorno dos dubladores principais (exceto Carmelita, que sempre teve uma voz em cada jogo), fazendo um trabalho de altíssimo nível.
Thieves in Time não é nem muito longo nem exatamente difícil, sendo, em verdade, um tanto quanto curto e fácil. Para adicionar valor de replay ao jogo, existem vários colecionáveis e extras para se destravar. Quem possui as duas versões do jogo pode usar o Vita como uma tela de realidade aumentada para localizar estes colecionáveis mais facilmente (algo como o GamePad do Wii U), mas esta implementação deixa a desejar pela necessidade de se alternar entre o Vita e o controle.
Talvez a única aprte realmente incômoda de Thieves in Time seja seus load times demorados. Eles não são muito frequentes, acontecendo geralmente quando se troca de área no jogo, mas demoram ao ponto de se tornarem incômodos. Talvez seja um preço a se pagar pelos belíssimos visuais do jogo, mas não consigo tirar a impressão de que o jogo poderia ser otimizado nesse aspecto.
Não é nenhum loading, porém, que vai ofuscar a beleza de Thieves in Time. A série Sly Cooper está em boas mãos com a Sanzaru Games, e este quarto jogo mostra como a softhouse trata com cuidado a série. É como se a Sanzaru quisesse provar para os jogadores que eles também são fãs do personagem e conseguem fazer um jogo tão bom quanto os da Sucker Punch. Thieves in Time nunca para de tentar agradar, divertir e arrancar risadas do jogador, e desse jeito, fica difícil não se deixar cativar. Recomendadíssimo.
-- Resumo --
+Gráficos belíssimos.
+Divertidíssimo.
+Boa variedade de gameplay.
+História bacana e personagens excelentes.
-Um tanto quanto fácil demais.
-Load times incômodos (embora não tão frequentes)
-Algumas quedas de framerate.
NOTA FINAL9,0
Confira outras matérias e notícias no ps3brasil.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário